Nesta entrevista, Domingos Santos Guajajara compartilha suas experiências de vida: as lembranças da infância, em que teve que se mudar da aldeia Curucutu Tamera, uma terra em que seu pai sentia que ia morrer se não saísse de lá, a juventude trabalhando com os pais no roçado e o fato de que tinham que trabalhar para depois comer. Também relata um surto de catapora que acometeu a família inteira, impossibilitou o trabalho e fez com que perdessem tudo. Fala da fartura de caça e de pesca que não se tem mais, como dos jabutis que desapareceram. Detalha o processo da preparação dos alimentos para a família e também o doloroso caso do alcoolismo do pai. Finaliza falando sobre como as caçadas eram feitas e como os “caraius” (homem branco) interferiram, ao longo dos anos, na própria região, com invasões, tráfico e extração ilegal de madeira.