FOTOGRAFIA NO BRASIL
A pintura surgiu em grupos humanos em todo o mundo no período conhecido como Paleolítico Superior (aproximadamente de 40.000 a 10.000 anos atrás) e suas técnicas. A história da fotografia no Brasil está ligada à chegada do daguerreótipo no Rio de Janeiro, em 1839, com o francês Hercule Florence. Ele era pintor e naturalista e fazia experimentos de captação de imagens. Em 1833 ele conseguiu registrar sua primeira cena. A partir daí outros nomes, como Marc Ferrez, Militão Augusto de Azevedo e José Christiano Júnior enveredaram por esse caminho, registrando cenas urbanas e rurais pelo Brasil. Era comum nesse período, que os fotógrafos fizessem intervenções nas obras, em uma técnica conhecida como fotopictorialismo, como uma forma de adaptar o registro fotográfico aos cânones das belas artes. A partir dos anos 1940, destaca-se no Brasil uma nova estética fotográfica por meio dos clubes de fotografia, como o Foto Cine Clube Bandeirantes em São Paulo e o Grupo Ruptura. Nesse mesmo período tivemos um crescimento do fotojornalismo, com o incentivo de mídias como o jornal “Última Hora” e as revistas “O Cruzeiro” e “Manchete”. A partir dos anos 1960 e 1970 o mercado profissional de fotografia continuou crescendo, tanto na sua vertente artística como documental, o que segue até os dias atuais.
1936 ITENS
ESTA CURADORIA CONTA COM ITENS DE DIFERENTES MUSEUS
FOTOGRAFIAS NOS MUSEUS DO IBRAM
Muitos museus do Ibram têm itens fotográficos em seus acervos. Esse é o caso do Museu Villa-Lobos, dedicado ao maestro, compositor, intérprete e diplomata cultural brasileiro, Heitor Villa-Lobos. A coleção de fotografias desse museu é de caráter histórico e biográfico, e é composta por cerca de 1.800 registros que vão do final do século XIX à década de 1950. A coleção registra momentos da vida do artista, da infância aos últimos concertos pelo mundo e foi doado pela sua esposa, Arminda Villa-Lobos.
Outra coleção fotográfica de destaque entre os museus do Ibram, é a do Museu do Abolição, oriunda de uma doação do fotógrafo Diego Di Niglio. A coleção, de caráter contemporâneo e artístico, se chama “Instantâneas da África”. É formada por uma série de fotos coloridas e P&B produzidas entre os anos de 2002 e 2007, no continente africano, durante as viagens do fotógrafo por Moçambique, Malaui, Burkina Faso, Senegal, Níger, Chade, Camarões, Togo, Benin e Gâmbia, retratando as pessoas e seu cotidiano.
A FOTOGRAFIA ARTÍSTICA
A fotografia como obra de arte existe desde o século XIX e sua história está misturada com o próprio desenvolvimento da técnica fotográfica. Existe um enorme debate se a fotografia pode ser considerada arte e que tipo de arte ela seria. Questões como excelência técnica, associação com pinturas e desenhos e mesmo a facilidade para sua reprodução, colocam em questão seu estatuto artístico. É só na virada para o século XX que a fotografia vai ganhando relevo artístico e passa a ser exibida em galerias de arte e museus. Apesar de não atingirem a repercussão e o preço de pinturas de Monet ou Picasso, as fotografias artísticas definitivamente entraram no rol das obras de arte.
No início do século XX as fotografias imitavam pinturas, na tentativa de se igualarem ao estatuto de obras de arte reconhecidas e se afastarem do registro “objetivo”. Com as discussões da modernidade, os temas e técnicas
construtivas se modificaram, atraindo a atenção para objetos cotidianos e as novas técnicas de iluminação que estavam sendo descobertas. Com a pós-modernidade os limites da fotografia e da técnica se expandem e os fotógrafos não tentam mais imitar a pintura, a natureza ou capturar a “vida real”. Apropriações da estética do fotojornalismo e da publicidade são cada vez mais comuns e o uso das tecnologias digitais e dos computadores permite novas ousadias técnicas e artísticas. O que vai definir a fotografia artística na contemporaneidade é a subjetividade do artista, o contexto, os ícones e o próprio espectador, que interpreta a imagem, acrescentando a ela seu repertório e sentimentos.
A EXPANSÃO DA FOTOGRAFIA
A fotografia se popularizou a partir de 1888 quando a empresa Kodak foi fundada. Ela lançou a câmera tipo “caixão” e o filme em rolos substituíveis, que permitiam amadores tirarem suas próprias fotos. Desde então, o mercado fotográfico conheceu uma grande evolução tecnológica, com a invenção do filme colorido e a popularização das câmeras com foco automático. Essa expansão permitiu que muitos acervos museais tenham entre seus itens fotografias históricas e artísticas.
A FOTOGRAFIA DIGITAL
A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi a possibilidade de criar imagens usando as tecnologias digitais. A fotografia digital mudou paradigmas, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens. As imagens podem ser natodigitais ou digitalizadas e sua principal característica é a separação da informação do seu suporte físico, permitindo assim a edição, o recorte, o compartilhamento e o reuso dessas informações por mais pessoas ao redor do mundo. O projeto Brasiliana é um produto dessa possibilidade técnica.