Pintura

A pintura é uma das mais antigas e tradicionais manifestações plásticas da humanidade. Consiste em aplicar pigmentos em uma superfície plana de forma a construir formas, linhas, cores, tons e texturas. Está relacionada com a expressão de ideias e emoções e com a criação de qualidades estéticas, numa linguagem visual bidimensional.

A PINTURA

A pintura surgiu em grupos humanos em todo o mundo no período conhecido como Paleolítico Superior (aproximadamente de 40.000 a 10.000 anos atrás) e suas técnicas foram evoluindo com o tempo. Têmpera, fresco, óleo, acrílico, aquarela, encáustica, caseína ou tintas à base de água, como a guache, estão entre as técnicas mais conhecidas. Os suportes também são variados, desde as paredes até formas específicas, como mural, cavalete, painel, miniatura, iluminação de manuscrito, pergaminho, tela ou leque. Todas essas formas e técnicas são selecionadas pelos artistas a partir de suas qualidades sensoriais e nas possibilidades expressivas de cada uma das opções. É a combinação da técnica, com o meio e a forma, juntamente com a sensibilidade dos artistas, que fazem com que as pinturas sejam imagens visuais únicas. No geral, a pintura se diferencia do desenho por usar pigmentos líquidos e coloridos, enquanto o desenho usa materiais secos para sua confecção. Na atualidade esse conceito se ampliou, sendo as pinturas entendidas como representações visuais através das cores.

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INÍCIO DA PINTURA NO BRASIL

A pintura no Brasil se inicia com os povos autóctones, que aqui estavam antes da chegada dos europeus. Existem muitas manifestações pictóricas desses povos preservadas em paredões rochosos de sítio arqueológicos e sobre as quais sabemos pouco. Esse é o caso das pinturas rupestres da Serra da Capivara, cujas reproduções podem ser encontradas no acervo do Museu de Arqueologia de Itaipu (RJ).

As pinturas do período barroco colonial, com temas religiosos e de influência barroca, conheceram enorme fama graças à riqueza pictórica e narrativa dos artistas. Desse período também temos as pinturas em ex-votos. No geral são artistas anônimos e a iconografia mostra o doente numa cama junto ao seu santo protetor. 

Somente em meados do século XVIII que as influências iluministas e neoclássicas se fazem notar na pintura nacional, com o surgimento de diversas escolas regionais de pintura e uma paulatina transição para o neoclassicismo. O surgimento de uma burguesia urbana em centros como o Rio de Janeiro, que encomendava obras de arte, deu abertura a novos temas, como naturezas-mortas, cenas urbanas e alegorias não religiosas. A fundação da Academia Imperial de Belas Artes, na primeira metade do século XIX, marca o estabelecimento de uma nova fase da arte nacional, impulsionada pelo programa cultural nacionalista patrocinado pelo imperador Dom Pedro II.

PINTURA HISTÓRICA NOS MUSEUS

Um importante gênero de pintura presente nos acervos dos museus do Ibram é a pintura histórica. De acordo com a Enciclopédia Itaú Cultural, “O termo se aplica à pintura que representa fatos históricos, cenas mitológicas, literárias e da história religiosa”. No geral são pinturas de grande dimensões que representam eventos da história política. Cenas de batalhas, fatos históricos e personagens famosos mostram temas relacionados à história da nação e da política e no geral são produzidas a partir de encomendas de chefes de estado ou personagens da política.

No Brasil essa produção está fortemente associada à criação da Academia Imperial de Belas Artes, que possuía uma relação estreita com o Imperador Dom Pedro II, mecenas da instituição. Artistas como Manoel de Araújo Porto Alegre, Pedro Américo e Victor Meirelles têm uma longa trajetória na confecção de pinturas

históricas no país. A obra “Passagem do Chaco”, parte do acervo do Museu Histórico Nacional, demonstra o virtuosismo técnico e apuro documental do artista, que usava fotografias como apoio para realização de suas telas históricas. A atenção aos detalhes, minuciosamente descritos: os trajes militares, os cavalos e a fisionomia dos personagens, também pode ser vista na tela “Passagem de Humaitá”, do pintor catarinense Victor Meirelles, atestando a preocupação desses artistas em diminuir a distância entre uma arte celebrativa e a documentação histórica. Essas obras, pouco ousadas do ponto de vista temático ou técnico, celebravam a história nacional a partir de uma perspectiva ufanista, alinhada com a construção de uma narrativa histórica heróica, sem contudo perder seu vigor e qualidade estéticas.

Coroação de D. Pedro II (estudo), 184-

RETRATOS

O gênero de pintura retrato tem como foco representar pessoas. Historicamente, são pessoas ricas e poderosas que conseguiram ter os seus retratos confeccionados. Não é por acaso, portanto, que parte importante do acervo de retratos dos museus do Ibram seja de homens ligados à política ou à guerra. As técnicas utilizadas em retratos são variadas, incluindo óleos, aquarela, caneta e tinta, lápis, carvão, pastel e meios mistos.

PAISAGENS E PINTURA DE GÊNERO

O gênero paisagem é bastante popular entre os pintores e normalmente retrata cenas naturais, como florestas, montanhas, rios e vales. Ela se constitui como um gênero autônomo na Holanda do século XVII, a partir dos trabalhos de Dürer e Bruegel, e mais tarde com as obras das escolas flamenga e alemã. Já a pintura de gênero retrata aspectos da vida cotidiana e tem um importante papel documental. Ambas temáticas podem ser encontradas nos museus do Ibram.

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